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PROGRAMA DE INDIO

06/09/2011

amanhã do siminário




Foto: Jonathan Heckler


Maria do Socorro Braga


As Eleitas, Os Eleitos
Participação de filiados em escolha de candidatos é pequena no país
A professora Maria do Socorro Braga, da Universidade Federal de São Carlos (UfSCar), do estado de São Paulo, apresentou hoje (6/9), em sua palestra no Seminário As Eleitas, Os Eleitos, estudo que realizou sobre a forma como os partidos políticos brasileiros fazem a seleção de seus candidatos. Baseada em dados coletados com 120 candidatos a deputado federal em 2010, a professora mostrou que partidos de direita, como o DEM, centram suas escolhas em indicações de lideranças partidárias, enquanto siglas de esquerda, como o PT, priorizam escolhas feitas por representantes delegados. "67% dos candidatos são selecionados ou por indicação de lideranças partidárias ou por delegados. A participação direta de filiados é muito pequena", aponta o estudo.

O estudo apresentado por Socorro, realizado em parceria com o doutorando em Ciência Política pela UfSCar Bruno Bolognesi, também avaliou a percepção dos próprios candidatos sobre o processo de escolha de candidaturas. Conforme o levantamento, 63% disseram que consideram o processo democrático. "Outro dado que chama a atenção é que há alto nível de informalidade nos processos de escolha dos candidatos", observou Bolognesi.

O levantamento feito por Socorro e Bolognesi traça um paralelo entre os dois maiores partidos de direita (DEM) e esquerda (PT). "O dado que mais chama a atenção, na direita (DEM), é o peso negativo na indicação de filiados, que é muito baixa na comparação com a indicação de líder, que é elevada." No caso do PT, mostra o estudo, predomina o voto dos delegados do partido, com baixo índice de escolha por líder partidário.

O trabalho realizado pelos pesquisadores da UfSCar também apontou o PT como partido cujos candidatos têm maior tempo de filiação à sigla. "Existe, de fato, estabelecimento de lealdades ao partido mais nos partidos de esquerda e de centro", afirmou Bolognesi. Para o doutorando, quanto mais partidária é a lealdade, mais institucional tende a ser o comportamento do candidato eleito, que vai valorizar mais o voto em ideias do que em opiniões pessoais."

Além dos dados apresentados no estudo, a professora Socorro Braga salientou que é preciso entender um pouco o sistema partidário do Brasil. "Há dois processos de escolha de candidatos no país, um formal, baseado nas legislações partidária e eleitoral, e outro informal, com critérios estabelecidos pelas próprias siglas. "Os partidos brasileiros são entidades privadas e têm donos. São organizações particulares que querem chegar ao poder via voto."

Marco Aurélio Marocco (reg. prof. 6062)

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