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11/08/2013

Wagner Moura recebe prêmio no Festival de Gramado e cita Amarildo

Ator lembrou desaparecimento de pedreiro ao destacar que festivais devem ser um fórum de debates

Wagner Moura esteve pela primeira vez no Festival de Gramado<br /><b>Crédito: </b> Itamar Aguiar / Divulgação / CP
Wagner Moura esteve pela primeira vez no Festival de Gramado
Crédito: Itamar Aguiar / Divulgação / CP
O ator Wagner Moura, 37 anos, recebeu o Troféu Cidade de Gramado, no Palácio dos Festivais, das mãos de Rubens Ewald Filho, crítico de cinema e um dos curadores desta edição. O ator viajou praticamente direto de Los Angeles, onde participou da pré-estreia mundial de seu novo longa-metragem, a ficção científica "Elysium", para Gramado.

Esta foi a primeira vez que o artista participou do festival. “Há mais de 15 anos faço filmes, mas é a primeira vez que venho ao festival, isso é um absurdo”, brincou, acrescentando que era uma pena ficar tão pouco tempo no evento. Isso porque o ator retornou ao Rio de Janeiro no domingo pela manhã para passar o Dia dos Pais com seus três filhos.

Ele aproveitou para dedicar seu prêmio também aos filhos do pedreiro Amarildo, que desapareceu após ser abordado pela polícia no dia 14 de julho na favela da Rocinha, Rio de Janeiro. “Meu pai morreu em 2011. Eu não poderei passar o Dia dos Pais com o meu pai. Mas eu sei o que aconteceu com ele. Esses seis filhos vão passar o Dia dos Pais sem o seu pai, sem saber o que aconteceu com ele”, denunciou.

Em seu discurso após receber o troféu, Moura declarou: “Entendo que o Festival de Gramado homenageia, na minha pessoa, a minha geração. E gostaria de dividir este prêmio com outros atores, como Lázaro Ramos, Selton Mello, Mateus Solano, Caio Blat, Vladimir Brichta e Daniel de Oliveira”.

O ator estava acompanhado de sua mãe, dona Alderiva, que estava sentada na plateia. Simpático e à vontade, ele contou, no palco, que sua mãe tinha o antigo sonho de ir a um festival de Gramado. “Agora estou aqui recebendo um prêmio”, falou olhando para ela. Por fim, o ator também destacou o papel dos festivais na cultura brasileira. “Os festivais devem ser um fórum para falar não apenas de cinema, mas de política, de tudo”, defendeu.

Moura revelou estar próximo de dirigir um longa

Sobre sua carreira, Moura diz estar em um momento em que escolhe os projetos em que vai estar unicamente pelo interesse artístico. Além de "Elysium", deve estrear em breve outros filmes do ator, como "Serra Pelada", em que ele também é produtor, e “Praia do Futuro” e “Trash”. Sobre a possibilidade de ser rodado um “Tropa de Elite 3”, Moura foi categórico, “não há a menor chance”.

Perguntado sobre a possibilidade de dirigir um longa-metragem, já que dirigiu recentemente um clipe da cantora Vanessa da Mata, o artista revelou que está muito perto o momento em que irá estrear como diretor de um longa-metragem. Ele já comprou os direitos de um livro para a adaptação, mas como tem acordo apenas verbal com o autor, preferiu não revelar ainda qual é.

Entre os filmes marcantes de sua carreira, citou vários, entre eles o baiano "Cidade Baixa". "Com este filme, retornei a Salvador depois que não morava mais lá. E, ao contracenar com meu melhor amigo, Lázaro Ramos, houve um ajuste na nossa amizade”, comentou. “A preparação de elenco feita pela Fátima Toledo foi muito forte e nos ajudou muito”, disse.

Questionado sobre com quais diretores de cinema gostaria de trabalhar, revelou o nome de Kleber Mendonça Filho, que ganhou vários kikitos no Festival de Gramado do ano passado por "O Som Ao Redor". Sobre sua carreira estar se "globalizando", ele afirmou: "Não vou morar em Los Angeles. Sou um ator brasileiro e quero trabalhar no Brasil. Isso não impede que aceite trabalhos no exterior. Quero trabalhar com diretores e roteiros que me interessem, não importa onde for", definiu.

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Fonte: Adriana Androvandi / Correio do Povo

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