top destaque 2013

PROGRAMA DE INDIO

16/05/2011

Unicef cobra políticas públicas de combate ao racismo em AL

Gilson Monteiro – Repórter

O coordenador do escritório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) para Alagoas, Pernambuco e Paraíba, Salvador Soler Lostao, fez uma sutil cobranças aos gestores municipais e estadual sobre a falta de políticas públicas para o combate ao racismo. Salvador foi um dos palestrantes da sessão pública conjunta entre Assembleia Legislativa e Câmara Municipal de Maceió, realizada ontem pela manhã, na sede do Legislativo municipal, onde representantes de entidades ligadas à luta pelo direito das minorias debateram o tema da campanha do Unicef, “Uma infância sem racismo”, em homenagem à passagem do Dia da Abolição da Escravatura, comemorado ontem, 13 de maio. Em Alagoas, a campanha foi lançada no dia 3 de dezembro do ano passado, na Serra da Barriga, em União dos Palmares.

“Realmente a gente percebe que as políticas púbicas, as que existem, partem do governo federal. Todos têm que fazer a sua parte. Cada um, em sua esfera, seja no município ou no Estado, precisa criar mecanismos para implementar suas próprias políticas. Existem formas de cada um, no seu âmbito, formar seu grupo para estudar a criação de projetos nesta área”, teoriza o espanhol, que, há 40 anos vive no nordeste Brasileiro.

A vereadora Fátima Santiago (PP), que propôs o debate de ontem juntamente com a vereadora Heloísa Helena (PSOL) e o deputado estadual Judson Cabral (PT), disse que o racismo, apesar da relevância, ainda é tomado como um tema secundário pelos gestores públicos.

“O crime de racismo está previsto em lei, mas a gente não vê pessoas condenadas por esse tipo de crime. Apesar desse tema, assim como outros tocantes às minorias, serem de extrema relevância no contexto social, cultural e até econômico, são temas que não tem a devida atenção dos gestores, daí essa ausência de políticas públicas, de projetos que integrem o tema ao projeto de gestão desses administrativos”, afirmou Fátima Santiago.

“A importância de se trabalhar o combate ao racismo na infância é justamente porque as cabeças em formação são mais fáceis de se abrir a essa nova realidade. Como disse Nelson Mandela, ninguém nasce odiando”, concluiu a vereadora do PP.

O deputado Judson Cabral (PT), único deputado a participar da sessão de ontem, segue o raciocínio do coordenador do Unicef. “Realmente falta os gestores a maturidade para tratar esse tema com a valorização que ele merece mais atenção na hora de cada um fazer seu plano de governo. Não se pode ignorar essas estatísticas que as diversas entidades trouxeram para esta sessão”, disse o deputado.



SESSÃO ESPECIAL – Paralelamente, na Assembleia Legislativa, o deputado João Henrique Caldas (PTN), promoveu uma sessão especial para debater o mesmo tema. Um dos principais conferencistas foi Carlos Moore, autor de livros que abordam o racismo, entre eles “O Racismo através da História” e “Marxismo e a questão racial”.

Nenhum comentário:

Postar um comentário