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13/06/2011

Viagem antecipa política integracionista de Ollanta Humala


Viagem antecipa política integracionista de Ollanta Humala

Lima, (Prensa Latina) Em sua primeira semana como presidente eleito do Peru, Ollanta Humala pôs em prática a política exterior com ênfase na integração latino-americana, a qual anunciara assim que se confirmou no último domingo sua histórica vitória nas urnas.

O ex-oficial do exército peruano, lançado à luta com um levantamento contra o governo de Alberto Fujimori, no ano 2000, coroou 11 anos depois uma sacrificada trajetória política com sua eleição.

Na mesma noite do dia 5 de junho, quando os primeiros resultados o davam como ganhador sobre a conservadora Keiko Fujimori, Humala anunciou que como dirigente buscará a unidade latino-americana e desenvolverá relações fraternas com os países da região, sem exclusões.

Na quinta-feira passada, empreendeu a primeira etapa de uma viagem de uma semana pela América do Sul, com escalas no Brasil, Paraguai, Uruguai, Argentina e Chile, convidado pelos presidentes desses países.

Posteriormente visitará, também convidado, Bolívia, Colômbia, Equador e Venezuela.

Com ânimo integracionista, Humala tem dito que espera que todos os presidentes latino-americanos assistam à cerimônia de transferência de comando, que será realizada no dia 28 de julho, quando assumirá a Presidência e terminará o controvertido gerenciamento de seu antecessor, Alan García.

A ênfase regional da nova política exterior do Peru foi destacada pelo prestigioso jornalista César Lévano, que considera que a mesma é diferente à do governo atual do presidente Alan García.

Essa política, assinala Lévano em sua coluna do jornal La Primera, contrasta com o empenho de García de impulsionar o "arco do Pacífico" com Colômbia, Chile e México, que pretende "unir os estados mais submetidos aos ditames do império e quebrar a frente única latino-americano".

Os primeiros dias de Humala como presidente eleito se caracterizaram também por pressões midiáticas, políticas e empresariais de tom conservador, que pretendem impor a nomeação de servidores públicos da confiança desses setores em cargos chaves.

O presidente eleito tem suportado a pé firme essas pressões, que usaram uma queda especulativa da Bolsa de Valores de Lima como instrumento de chantagem, e advertiu que não cederá e usará o tempo necessário.

A respeito, esclareceu que chegou ao governo sem compromissos com grupos econômicos.

Assegurou que só tem compromisso com o povo que o elegeu, e que consiste em cumprir com as reformas sociais moderadas e marcadas oferecidas durante sua campanha eleitoral.

Sem que as pressões consigam seu objetivo, todas as forças políticas e até os agrupamentos empresariais têm reconhecido que o presidente deve tomar suas decisões com tranquilidade e sem que ninguém o apresse.

Tais opiniões têm em conta que nem sequer foi oficialmente proclamado como presidente eleito e que, segundo disse o próprio Humala, é estranho que existam os que queiram apressá-lo, como não ocorreu com seus antecessores.

Antes de partir a seu périplo sul-americano, por outra lado, o presidente eleito designou uma comissão encabeçada por sua primeira vice-presidente, Marisol Espinoza, e integrada por cerca de vinte qualificadas personalidades de sua organização, Gana Peru, e independentes, para que coordene com tempo a transferência do aparelho estatal à nova administração.

Na primeira semana depois da eleição de Humala, registrou-se também diversas expressões das notáveis expectativas sociais que gera sua promessa de transformação.

A Confederação Geral de Trabalhadores (CGTP) destacou o caráter democrático da vitória de Humala e assumiu a tarefa de defender o novo governo frente às pressões conservadoras.

A central sindical assinalou que o sucesso do governo nacionalista depende do cumprimento de suas promessas e do objetivo de fazer com que o crescimento da economia chegue a todos os peruanos.

(*) O autor é correspondente da Prensa Latina no Peru.

rr/mrs/es

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